Traumas e vícios do passado assombram um escritor prestes a ser pai nessa obra genial.
Um escritor de meia idade descobre que a esposa está grávida, o problema é que existem muitos fantasmas em seu passado e alguns que lhe acompanham até o presente. O choque deve-se principalmente ao fato dele crer que será um péssimo pai, o que realmente imaginamos. Com isso, Peter Shelby começa a refletir sobre a sua vida e as bizarras experiências que vivenciou, para ver se está apto a essa função. É um personagem duvidoso, do estilo ame e odeie, segundo o autor Rossano Segabinazzi, mas confesso que senti por ele o que sinto por Bukowski, um misto de desprezo e respeito por causa da sua genialidade. É um daqueles personagens que tu ama repudiar e acompanhar para ver se terá redenção.
Peter possui muitos vícios e sofre de um bloqueio criativo, principalmente depois dessa notícia. Por conta disso ele resolve arriscar e iniciar uma autobiografia, afinal, precisa de dinheiro mais do que nunca. Tanto que em um determinado momento, até como traficante ele age, para o desespero da mulher grávida.
É interessante porque vemos aqui o processo difícil que é escrever uma obra, como estar submerso neste mundo pode nos tirar da vida real, do olhar em volta. Vemos também como Linda, a esposa, tornou-se o grande amor de um homem praticamente ‘’quebrado’’.
Rossano, o autor de O Homem Intangível é genial, misturando elementos da geração beat, com uma vibe meio Tarantino com Woody Allen. Já li muitas coisas dele e essa história é muito diferente, mas não deixou em nada a desejar. Sou fã e ele sabe, além disso me sinto honrada de ter apoiado o Rossano desde sempre, bem antes deste livro e durante, pois sei que tem potencial de se tornar um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos. Só esperando pra ser preparadora de texto do próximo livro. Haha
As ilustrações estão um show a parte, designer e diagramação. Para quem curte este estilo, é um prato cheio! Tem para vender na Amazon e no site da editora Skull.
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