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Resenha - O PAPEL DE PAREDE AMARELO, de Charlotte Perkins Gilman e o papel de ''louca'' da mulher.

Quantas vezes você já foi chamada de louca e insana por quem mais você amava e confiava? 

Esse é o dilema que a autora Charlotte Perkins Gilman viveu e que inspirou o livro PAPEL DE PAREDE AMARELO,  de 1892, publicado aqui pela Editora José Olympio / Grupo Editoral Record.


Antigo mais extremamente atual, a autora nos leva a refletir quantas vezes já assumimos esse papel que não nos cabia, o de mulher lunática! 

Esse arquétipo que toda mulher é insana já é costumeiro e quem já leu MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS sabe do que estou falando, por isso quando o livro de Charlotte foi lançado, era para ser mais um suspense/terror psicológico, um entre tantos desse estilo, mas infelizmente as nuances autobiográficas dele impede que seja algo tão comercial assim. 


O que falarei a seguir pode ser interpretado tanto quanto sobre a protagonista, quanto sobre a autora, com pequenas diferenças. 


Escrito em formato de diário, conhecemos o marido da narradora, John, um médico, que inclusive diagnosticou que a esposa está com histeria, aparentemente surgida do nada e, como tratamento, decidiu mandá-la para uma casa de campo, isolada de qualquer contato com o mundo.

A mulher logo sente que existe algo estranho, algo sombrio no local e quando tenta avisar ao marido escuta apenas ele debochar. A narradora é totalmente dependente dele, não podendo ter nenhuma atitude sem consultá-lo, pois além de marido, é médico, sendo assim, na sociedade da época, é o dono da verdade. O quarto que abriga a esposa é infantil, a única janela é gradeada, com apenas uma cama e um papel de parede amarelo cheio de detalhes. 

Logo a protagonista começa a ver padrões estranhos no papel, se movendo, querendo sair dali. Claro que ela vai enlouquecendo de fato, ao conviver com essa horripilante coisa que parece estar dentro do papel, mas ninguém escuta, ninguém se importa, todos acham que ela está só sendo histérica. Ela vai anotando tudo em seu diário, escondido, afinal, o marido não pode saber o que ela escreve. A investigação sobre o mistério do local é seu único entretenimento e ficam as perguntas, o que é ou o que existe neste papel de parede? Ela de fato é louca? Isso seria um reflexo da sociedade patriarcal? 

Na vida real, a autora sempre viveu com reclusão, sem ter muita voz, se encontrou na escrita, mas após se casar foi chamada de histérica pelo marido, tendo que ficar reclusa, apenas poderia cuidar da casa e da filha, sem poder mais escrever. Após conseguir a separação, Charlotte se tornou livre novamente, mas na época foi muito julgada por suas decisões. 

Conheci esse livro alguns anos atrás, indicado por uma cliente da livraria e me surpreendi muito, pois é um livro bem pequeno, mas pesado e necessário, escrito com frases curtas, onde vemos a urgência da personagem, que escreve quando não está sedada.  Conheciam a obra? 



Por @conselhosliterarios - Marry Estery (Leitora crítica) 

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