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A Livraria Mágica de Paris - ACHÔMETRO RESENHADO

Trabalho com livros, eu vivo com eles, portanto estão sempre lá me tentando mas quando tem promoção na livraria é muito pior! É como se eles falassem: ''Por favor, leia-me, estou tão sozinho!''  Não tenho gênero preferido, leio de tudo, menos bula de remédio, porém estava com uma vontade enorme de ler romances. 
E obviamente apenas por esse motivo eu comprei A Livraria Mágica de Paris da Nina George...
Ok, falando sério agora, não resisto a nada que tem no titulo algo que remeta a livros, por motivos bem óbvios. E não me arrependi, pelo contrário, fiquei bastante surpresa e de uma maneira fantástica. 

 Primeiramente, vamos a sinopse: ''O livreiro parisiense Jean Perdu sabe exatamente que livro cada cliente deve ler para amenizar os sofrimentos da alma. Em seu barco livraria, ele vende romances como se fossem remédios. Infelizmente, o único sofrimento que não consegue curar é o seu: a desilusão amorosa que o atormenta há 21 anos, desde que a bela Manon partiu enquanto ele dormia. Tudo o que ela deixou foi uma carta que Perdu não teve coragem de ler. Até um determinado verão o verão que muda tudo e que leva Monsieur Perdu a abandonar a casa na estreita rua Montagnard e a embarcar numa jornada que o levará ao coração da Provence e de volta ao mundo dos vivos. Sucesso de público e crítica, repleto de momentos deliciosos e salpicado com uma boa dose de aventura, A livraria mágica de Paris é uma carta de amor aos livros perfeito para quem acredita no poder que as histórias têm de influenciar nossas vidas.''


Segundamente ( adoro palavras que não sei se existem), este é um livro para se ler com uma caneta ao lado ou marcador de texto se preferir, e não, post-it não é suficiente! Precisa ser algo mais intenso, para se adequar ao grande livro que tem em mãos! Não conhecia o trabalho de Nina George, mas que autora! Ela escreve com alma, tem livros que lemos e que sabemos que tem alguém ali por trás escrevendo, percebemos a ação e o ''forçar de barra'' do autor para nos cativar, porém tem outros que simplesmente mergulhamos e esse é o caso da Nina, é quase como se realmente estivéssemos lendo algo mágico!

Quando começamos a ler, Perdu nos vem a mente como um senhor de idade, alguém triste e sozinho, um homem delicado que sofreu demais, se apagou ao seu passado, uma pessoa sem esperança mas que mesmo assim quer ver os demais felizes. E isso tudo é verdade, porém Jean não é nenhum senhor e só descobrimos isso lá pelo meio do livro, é um belo homem, vivido porém machucado que esqueceu da sua própria aparência e de tentar viver a sua vida. Estava ali apenas de corpo, a alma a muito estava perdida, e não no meio dos livros, mas perdida pelo mundo, junto a uma mulher que ele nunca mais viu, que o abandonou. E ela, apesar de não estar de fato presente na historia, está ali mais do que qualquer outra personagem, ela é a alma da historia, Manon é o que nos leva a entender o que é liberdade, o que é a vida e porque temos tanto medo dela. No começo não gostei da personagem, mesmo já sabendo da trama toda, achava ele bom demais para ela, quem dera ter um homem como Perdu. Porém seu jeito de ver o mundo me conquistou e certamente é uma personagem e tanto, descrita de uma maneira selvagem e sutil. Aliás todos ali nos conquistam, especialmente Perdu e Max, um jovem escritor que no inicio não damos nada, nadinha por ele, mas a sua meiguice conquistou os leitores e principalmente, o livreiro, quase o considerando um filho. As belas descrições de cada personagem, feito com precisão mas sem te tornar chato, assim como dos lugares, é uma das melhores coisas do livro, como se tivesse descrevendo um amigo para apresentar a alguém importante pra ti, ou um lugar que te marcou muito e quer compartilhar com todos, é esse o nível de encantamento que Nina passa com sua escrita.
Como livreira, tentei captar um pouco da essência dele, anotei todos livros que recomendavam, um dia espero ter esse dom lindo que o protagonista tem. E um detalhe muito importante é que a escritora introduz alguns livros na trama que não existem, ao contrário da maioria que é citado, mas justamente um deles é o que mais gostaria de ler, ''Luzes do Sul, de Sanary'', o livro que mudou a vida de Perdu, o livro que foi escrito em forma de um chamado de amor. Me fez pensar que um dia quem sabe, deveria escrever algo assim... Que fantástico seria!
Apesar de A Livraria Mágica de Paris ser um romance, ele é muito mais que isso, é um livro de filosofia, uma aula sobre a vida e sobre literatura. Te faz pensar, tem indagações que não me deixaram dormir direito, tem frases e citações que mexeram tanto comigo que graças a elas se tornou um dos meus livros favoritos em poucas páginas. Ele foge dos romances convencionais, não é de época, não é água com açúcar, não é erótico e não é drama, ele é uma mistura de tudo, ele é como a vida realmente, não tem como especificar. É um livro para pessoas sensíveis, muitos vão amar mas talvez alguns vão odiar, ou achar simplesmente bom, e essas pessoas, meu amigo, serão aquelas que perderam a maior virtude da vida, a doçura. E por isso mesmo precisam banhar-se nessa obra, para tentar ser como Perdu, e recuperar a alegria de viver, redescobrir o sabor que um bom livro tem. Porque sim, descobrimos que livros tem sabor, não apenas cheiro, eles tem gosto e cada livro é perfeito para uma pessoa, cada pessoa tem o livro certo para o momento certo que precisa ler, o papel do livreiro é decifrar isso. E por fim, A Livraria ainda conta com um projeto que o personagem iniciou na trama e que a escritora nos brinda, nas últimas páginas existe uma farmácia literária para emergências, para todos aqueles que estão sofrendo por algo, possam ler e se curar.


Obrigada e até a próxima, Literatos.



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